Olá tudo bem? Eu sei que muita gente já falou sobre os famosos violinos Stradivarius, porém hoje vou escrever mais um pouco e quem sabe acrescentar alguma nova informação relevante para você.

Ao apreciar um concerto de música clássica e se emocionar com o som agudo e doce daqueles violinos você sequer pode ter imaginado que existe uma história por traz de alguns desses tipos de instrumento, não é mesmo?

É o caso do violino Stravidarius, criado pelo italiano Antonio Stradivari, nativo da cidade de Cremona, situada ao norte daquele país. Nascido por volta de 1644, o luthier – ou profissional na fabricação e consertos de instrumentos de corda – ao longo de seus 93 anos de vida fabricou aproximadamente 1110 peças, conhecidas, até hoje, pela qualidade ao emitir sons e por sua beleza estética.

Em vida, Stradivari ganhou bastante dinheiro com a encomenda de seus produtos, mas apenas depois de sua morte é que seus violinos passaram a ser difundidos pelo mundo. Uma apresentação do violinista Giovanni Battista Viotti, no Concert Spirituel de Paris, em 1782 com seu Stradivarius, apelidado de pele de tigre, impressionou a todos.

Contudo, não se sabe, até hoje, como o músico o adquiriu. Atualmente o objeto está na coleção de instrumentos da Academia Real de Música, em Londres.

Atualidade

Reconhecido por sua cor avermelhada, os Stravidarius são os violinos mais caros do mundo. No último leilão ocorrido em 2011 a peça nomeada Lady Blunt e fabricado 1721, o valor arrecadado foi de US$ 15,9 milhões, arrecadando fundos para as vítimas do tsunami que assolou o Japão após um terremoto.

Hoje existem no mundo cerca de 600 violinos produzidos por Antonio Stradivari. Tidos como verdadeiras obras-de-arte, as peças mais desejadas por músicos e colecionadores são aquelas feitas no chamado período de ouro, que se deu entre 1700 e 1720.

Ainda não são reconhecidos alguns dos segredos que fazem os violinos Stradivarius incomparáveis mesmo após três séculos de sua fabricação e muitos deles, sem sombra de dúvida, foram embora junto com seu criador.

Os mais famosos do mundo

Embora haja diversas peças espalhadas por todo o planeta, existem dois violinos Stradivarius que merecem destaque: os famosos “O Messias” (ou Le Messie, como os franceses preferem chamar) e “Troppo Rosso”.

O Messias foi fabricado em 1716 e revendido a Luigi Tarisio, conhecido como o maior negociante de instrumentos em meados do século 19. O nome surgiu de um violinista que, cansado da exibição de Tarisio, que se gabava por ter o instrumento, mas não o mostrava, disse: “Então seu violino é como o Messias, que está sempre sendo esperado, mas nunca aparece!”

Troppo Rosso, por sua vez, foi encomendado pelo rei da Espanha Felipe V, que o recusou por considerá-lo muito vermelho. Sofredor, o violino foi roubado no ano de 1936, de seu então proprietário Bronislaw Huberman.

Cinquenta anos depois o instrumento reapareceu. Foi necessário realizar uma restituição, uma vez que ele ressurgiu das cinzas (Sim! Das cinzas! O pobre coitado possui marcas de queimadura de cigarro.) e hoje em dia está nas mãos de Joshua Bell, famoso violinista americano.

O que faz os violinos Stradivarius tão especiais?

Em 2003, cientistas de universidades Columbia e Tennessee nos EUA chegaram à uma conclusão que a redução da atividade solar no século 17 pode ter sido a razão para o som dos Stradivarius . Eles disseram que os invernos mais gelados e verões mais frios naquela época produziram um crescimento mais lento das árvores que por sua vez levou a uma madeira mais densa e com propriedades acústicas superiores – as circunstâncias não repetiram desde então.

Em 2006, outros pesquisadores americanos disseram acreditar que um Stradivarius tem seu som distinto devido a um tratamento químico destinado a matar carunchos e fungos .

E já foi argumentado uma vez que Stradivari e outros usaram madeiras de igrejas antigas, ou que eles adicionaram um ingrediente misterioso para a madeira , ou técnicas utilizadas , que já foram perdidas.

Alguns dizem que o segredo está no tipo de verniz utilizado nos instrumentos. Mas muitos dos luthiers de hoje já não se impressionam com estas teorias, atribuindo a qualidade superior destes instrumentos apenas a genialidade de Stradivari .

Curiosidades

Muitos fatos curiosos vêm com a história de Stradivari e seus instrumentos. Vamos conferir:

  • Reza a lenda que Antonio Stradivari foi discípulo de Nicolo Amati, neto de Andrea Amati, famoso luthier da Itália;
  • Até hoje não sabe, por exemplo, como ele fazia para atingir a cor avermelhada do verniz dos instrumentos;
  • Nem só de violinos vivia o mestre: ele também produziu violas e violoncelos. Estes, são ainda mais valorizados, já que existem apenas 10 e 50 peças, respectivamente;
  • Geralmente os violinos possuem o nome de seu último comprador. Menos o Messias. Considerado icônico, a peça traz o mesmo nome desde o século 16.

Quer saber um pouco mais das histórias do criador e suas obras? Procure pelo livro “Stradivarius – Cinco Violinos, Um Violoncelo e Três Séculos de Perfeição”, da editora Record. Nele, o autor Tony Faber conta a história de 6 dos mais de 1100 itens de Stradivari ao longo de 238 páginas.

Boa leitura!

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